Os dois tipos de empreendedorismo crescem cada vez mais no Brasil, mas é preciso foco para não fracassar.
Esses tempos fizemos por aqui um post sobre os 6 perfis de empreendedores que a Endeavor Brasil definiu em uma pesquisa há algum tempinho. E hoje vamos falar dos dois grandes grupos que têm crescido (e muito!) no país, mesmo em tempos em que a economia não anda lá uma maravilha. Você sabe quais as principais diferenças entre o empreendedor por necessidade e o empreendedor por oportunidade?
O empreendedor por necessidade
Em constante crescente no Brasil nos últimos anos, o empreendedor por necessidade é aquele profissional que não arriscaria no mundo dos negócios se a vida não tivesse o levado a isso. Ou até pode ser que ele tinha uma certa vontade de empreender um dia, mas que só foi tentar quando perdeu o emprego ou se viu sem alternativas.
O aumento desse tipo de empreendedor se deu justamente pelo mercado em crise e o alto número de demissões. Dessa forma, muitos profissionais que ficam desempregados e não veem perspectivas de se recolocarem em suas áreas acabam partindo para o empreendedorismo. Por isso o título, já que eles estão nessa mais por que se sentem pressionados do que por um dom natural para a coisa.
Também se “encaixam” nessa categoria aquelas pessoas que sempre sonharam em abrir uma empresa, mas que por medo e até pela zona de comodismo nunca o fizeram. Então, quando acontece uma demissão e aparece um valor alto de rescisão, elas enxergam como o “agora ou nunca” de suas carreiras e investem no sonho que ficou tantos anos na gaveta.
Mas é preciso ter cuidado: quem acaba caindo nesse impulso de enxergar o empreendedorismo como única opção pode ficar cego para todos os riscos dessa alta aposta. É preciso fazer movimentos conscientes e estudar muito para que tudo não seja em vão. Afinal, você não quer fazer parte da estatística do Sebrae de que pelo menos 23% das empresas no Brasil fecham as portas nos dois primeiros anos, certo?
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O empreendedor por oportunidade
Já o empreendedor por oportunidade mostra, desde o início, um pouco mais de feeling para o business. Isso porque ele começa seu negócio a partir de alguma ideia clara que enxergou. Sabe aquele insight precioso de perceber uma carência no mercado de determinado produto ou serviço? Esse é o caminho do empreendedor por oportunidade.
Ao perceber que pode criar um negócio diferenciado, ele agarra a ideia e investe pesado no sonho. Mas, assim como falamos que esse empreendedor pode ter mais feeling, é preciso dizer que ele também pode ficar mais cego para os contras que toda empreitada oferece.
Muitos empreendedores de oportunidade largam carreiras sólidas e investem tudo que têm em uma ideia, o que é ótimo pelo sentido da garra e da ousadia, mas que pode ser arriscado se não for bem calculado. É preciso encontrar o equilíbrio: sim, acredite no seu produto, mas saiba traçar os passos e prever os percalços.
Um exemplo famoso e de sucesso é o começo da Cacau Show. O empreendedor Alexandre Tadeu da Costa vendia chocolates de porta em porta, até que, na semana anterior a Páscoa, notou uma alta demanda em ovos de 50g. Porém, a fábrica que Alexandre comprava os produtos para revender não fazia chocolates nesse formato. Foi aí que ele pegou um empréstimo com o tio e passou a preparar os ovos em casa. E o resto é a história que todos conhecem: a Cacau Show hoje tem mais de 1.000 lojas pelo país e fatura milhões por mês.
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Registro em MEI é a opção que mais cresce no país
Há alguns anos que a crise no Brasil perdura, e não podemos deixar de notar a capacidade de reinvenção dos brasileiros. Tanto que os números não mentem: mais de 11 milhões de empresas foram criadas nos últimos 3,5 anos no Brasil (dados do Sebrae), e o país é um dos mais empreendedores do mundo.
É claro, isso não quer dizer que todas são grandes empresas que faturam muito dinheiro e que estão indo muito bem. É aí que mora o segredo: a maior parte dos registros de empresas é feito como MEI (Microempreendedor Individual).
Já fizemos um post aqui no blog bem completo para quem busca se enquadrar nessa categoria, mas, em resumo, esse empreendedor é aquele que pode faturar até R$ 60 mil por ano. Nada mal para quem está começando e muitas vezes não tem experiência alguma, certo?
Esse formato é cada vez mais usado por aquelas pessoas que se viram “obrigadas” a registrar uma empresa. Um exemplo cada vez mais recorrente é do profissional que perdeu o emprego e começou a fazer freelas para se sustentar enquanto um novo trabalho fixo não surgia. Só que o provisório foi virando cada vez mais sério e ele então decide se registrar como MEI, para oficialmente atuar como dono da sua própria empresa.
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Independentemente de qual tipo de empreendedor você é, algumas características como autoconfiança, otimismo, resiliência e coragem não podem faltar na sua missão. Se agarre aos seus valores, ao que você realmente acredita, e faça o melhor que você puder dentro disso. Estude, se especialize, corra atrás. Cada vez mais o mercado mostra que tem espaço sim para quem tem diferencial e ousadia. Seja um desses empreendedores!
Fonte: Tuani Mallmann – Coworking Brasil
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